Como a canção “Sinhaninha” (de Guinga e Paulo César Pinheiro) chegou até você. De quem foi o convite para grava-la?
Bom, essa impecável canção chegou as minhas mãos pelo meu produtor na época na Som Livre, Max Pierre, que era inclusive diretor de artista e repertório lá da gravadora. É claro que eu fiquei lisonjeado, imagina, gravar uma música do Guinga com letra do Paulo César Pinheiro. Era tudo de bom, aceitei imediatamente. O convite para gravar surgiu por parte do diretor da gravadora, que era meu produtor também, que era o Max Pierre.
Já sabia que ela entraria na trilha original da novela “Sinhá Moça” e que seria tema da personagem da atriz Lucélia Santos?
Eu sabia sim…Na época era importantíssimo você ter uma canção em uma trilha de telenovela, era maravilhoso. A minha alegria maior foi porque quem fazia o papel principal era uma amiga minha, de quem eu gosto muito, que era a Lucélinha.
A “Sinhaninha” para mim é um marco na minha vida, tem uma importância monumental, e eu vou explicar porque… No momento em que fui convidado para gravar “Sinhaninha”, em 1986, teve início o meu romance com a Kika, a mulher da minha vida, o amor da minha vida, uma mulher que conheci há muitos anos, ela foi inclusive minha amiga de infância. Foi no auge da minha paixão e do meu reencontro com esta minha melhor amiga, que se tornou a minha esposa até os dias atuais.
Eu cantei esta música para ela, o Guinga fez para a filha, e eu cantei para a minha amada, e ela tem esta representatividade muito importante na minha vida até hoje. Eu ouço “Sinhaninha” e me emociono, e a minha amada ouve e chora. É muito forte! “Sinhaninha” marcou emocionalmente a minha vida.
Quais trabalhos da carreira da atriz Lucélia Santos no teatro, cinema ou TV você destacaria como telespectador?
Como telespectador o maior destaque que eu daria para a Lucélinha seria a “Escrava Isaura”, que foi um sucesso internacional, uma coisa absurda, em termos de repercussão. Esse eu acho que foi o grande trabalho.
Em cinema, tem tantos trabalhos dela… quando ela fazia os textos de Nelson Rodrigues e mais um trabalho que eu achei sensacional foi “Luz Del Fuego”, foram trabalhos que marcaram muito, pelo trabalho dela e a mim como fã que sou.
Você também esteve presente na trilha sonora original da novela “Ciranda de Pedra” (1981), que está completando 40 anos e que também foi um dos grandes sucessos da carreira de Lucélia. Nesta trilha você cantava a sofisticada versão de Haroldo Barbosa para “Cocktail For Two” (Coquetel Para Dois). Lembra?
Lembro muito bem, outro convite por parte do diretor da gravadora, que era meu produtor, o Max Pierre. É muito delicada essa canção. O “Cocktail For Two” era uma música que eu já conhecia e já gostava muito, foi mais fácil, talvez, de interpretar.
Lembra de quando conheceu Lucélia Santos pessoalmente?
Conheci Lucélinha no Rio de Janeiro, na TV Globo, quando eu ainda era contratado da Globo e a gente se esbarrava nos corredores. Eu não participei de telenovelas na Globo, fiz minisséries, casos especiais, mas nada em telenovelas. Eu a conheci lá, me apresentaram a ela. Ela foi tão simpática, tão gentil…ela é tão humilde. Então eu comecei a tentar ver tudo que ela fazia, virei fã. A conheci assim, na própria emissora. Gosto muito dela.
Ronnie Von
Cantor, Ator, Compositor e Apresentador
(Interpretou “Sinhaninha”, o tema da personagem de Lucélia Santos na novela “Sinhá Moça” em 1986. Também esteve presente na trilha sonora de “Ciranda de Pedra” (1981), outra novela protagonizada por Lucélia na TV Globo.)
Por Mensagem de Áudio em 26.04.2021