Edson, quais recordações você traz dos seus trabalhos com a Lucélia em “Ciranda de Pedra”(1981) e na clássica “Guerra dos Sexos”(1983), onde você formou par romântico com ela ?
Conheci primeiro Cristina Santos, sua irmã, na TV Tupi de São Paulo, no final dos anos 70. Depois trabalhei com Lucélia em duas novelas, na Rede Globo, já nos anos 80.
Lucélia era uma referência pra nossa geração. Uma atriz que tinha conseguido uma projeção nacional e internacional, ainda muito jovem, mas que nunca perdeu a consciência social e política dentro e fora do seu ofício.
Me lembro de Lucélia sempre coletiva. Qualquer injustiça ou mesmo necessidade de alguém do elenco ou da equipe, lá estava Lucélia discursando para defender o necessitado.
Uma atriz sensível e inteligente que eu tive o prazer de contracenar em “Ciranda de Pedra” uma novela de época, baseada na obra de Lygia Fagundes Telles em que ela fazia, com talento, uma frágil heroína romântica.
Depois em “Guerra dos Sexos” de Sílvio de Abreu, fazíamos um par e Lucélia era uma moça muito má. Meu personagem batia no personagem dela e o público pedia mais, era uma verdadeira bruxa e ela se divertia com isso.
Uma vez no meio de uma gravação, Lucélia recebe um telefonema comunicando que seu filho Pedro havia se acidentado. Correu pro local e foi cuidar da sua cria. Felizmente não foi nada grave. Naquele momento ela virou uma leoa com mais de cinco metros de altura.
Assim é Lucélia, nossa pequena notável, capaz de nos surpreender com sua força e talento. Uma atriz e brasileira comprometida com seu tempo.
Edson Celulari
Ator
Por e-mail (08/11/2004)